A necessidade da distorção
Gosto de me sentar perto dos edifícios que desenho. Gosto de os sentir, de os cheirar e de ver a textura das suas paredes. Gosto de os ver de perto. Mas também gosto de os desenhar completos no papel. Para o fazer tenho de mudar de pontos de vista, ou seja, tenho de rodar a cabeça. Se não o fizesse o meu desenho focar-se-ia num detalhe. Esta perspetiva deformada (não gosto de lhe chamar "olho de peixe" para não ficar preso às regras da perspetiva) resulta dessta minha necessidade em desenhar um edificio no seu todo e nos seus detalhes simultaneamente. No fundo desenho o que vejo de vários pontos. São vários olhares que se unem pela linha.